segunda-feira, 24 de novembro de 2008

. O que não cala.


Me vejo abrindo janelas e portas
escalando muros
no caminho.

Acho que a vida ter que ser assim, pertubadora
com picos elevados de incomodação.

Amar, ou odiar?
não importa..
desde que a vida seja, saborosa.

Quero morder a vida,
e por ela...


ser despedaçada.


Termino com Florbela Espanca,
verso esse, que nesse momento seria o meu clamor.


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar.


*